Apresentação

Os Encontros Baianos de Educação Matemática (EBEM) ocorrem desde 1986; a partir de 1988 passaram a ter periodicidade de dois anos com a fundação da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM), que se organiza na Bahia por meio de uma regional: a SBEM-BA.

A iniciativa de organizar eventos dessa natureza no estado tem o propósito de criar espaços de comunicação e intercâmbio entre os professores que ensinam Matemática em todos os níveis escolares. Trata-se de uma ação de grande impacto na comunidade de professores do estado, pois esses podem socializar seus estudos e experiências, bem como tomar conhecimento de trabalhos desenvolvidos por colegas e pesquisadores, o que acaba contribuindo, em última instância, para potencializar a prática pedagógica daqueles que participam do EBEM.

De acordo com as edições anteriores, constata-se que ele tem contado com a participação de professores das diversas regiões da Bahia e de outros estados, o que indica seu grau de abrangência.

Quadro - Histórico dos Encontros Baianos de Educação Matemática

Edição

Ano

Local

Instituição

Tema

I 1986 Salvador  UFBA  
II 1987 Salvador UFBA   
III 1989 Salvador UFBA   
IV 1991 Salvador UFBA  A Matemática de hoje 
V 1993 Salvador UCSAL  Educação Matemática e Cidadania 
VI 1995 Salvador SESI  Perspectivas para o século XX 
VII 1997 Ilhéus UESC  Matemática: prazer em aprender 
VIII 2000 Salvador UCSAL  A Matemática nas descobertas 
IX 2001 Feira de Santana UEFS  Uma odisseia na Matemática 
X 2003 Vitória da Conquista UESB Natureza, influências e perspectivas para a Educação Matemática no século XXI 
XI 2005 Salvador UNIJORGE  Matemática e Diversidade 
XII 2007 Senhor do Bonfim  UNEB Matemática e Inclusão Social 
XIII 2009 Jequié UNEB  As Tecnologias da Informação e Comunicação na formação do professor de Matemática 
XIV 2011 Amargosa UFRB  A Matemática e a formação para a cidadania 
XV 2013 Teixeira de Freitas  UNEB Educação Matemática na formação docente: um novo olhar 

 

O tema escolhido para este EBEM foi “Educação Matemática na Formação do Professor: um novo olhar”. A escolha é uma resposta à necessidade intrínseca de refletir sobre a ressignificação do ensino-aprendizagem de Matemática realocando-o como meio para a formação de professores, sobretudo, da Educação Básica.

A formação de professores tem sido alvo de constantes debates pelos profissionais de educação, principalmente nos encontros internacionais, nacionais e estaduais de Educação Matemática. É um tema que não se esgota. Sempre há necessidade de refletir e discutir sobre ele. Diante dessa realidade, precisamos discutir a formação inicial e continuada de professores de Matemática, pois o que está em questão é o futuro de milhares de estudantes da Educação Básica, que acabam recebendo os conhecimentos matemáticos como no século passado, sem a incorporação das novas tecnologias, impregnado de mitos, preconceitos e práticas que se refletem no baixo desempenho dos estudantes e na sua consequente exclusão dos sistemas de ensino. É imprescindível que se tenha consciência que o mundo está em constante mudança e que os cursos de formação de professores devem acompanhar essas mudanças.

Exigem-se hoje da profissão docente, competências e compromissos não só de ordem cultural, científica e pedagógica, mas também, de ordem pessoal e social, influindo nas concepções sobre Matemática, educação e ensino, escola e currículo (PEREZ, 2005).

Resultados de estudos mostram que um dos caminhos viáveis a mudanças na educação perpassa, essencialmente, a formação de professores, pois é na formação inicial, bem como na formação continuada que o professor tem possibilidades de auto conhecimento, oportunidade de desenvolver estratégias pedagógicas e, a partir dessas estratégias, promover dinâmicas de aprendizagem diferenciadas.

Entretanto, sabe-se que mudanças nessas dimensões na prática docente não acontecem espontaneamente. A mudança deve acontecer a partir dos cursos de Licenciatura, uma vez que eles têm como propósito central formar professores para atuarem em diversos níveis de ensino na Educação Básica. No que se refere às competências e habilidades próprias do educador matemático, o licenciado em Matemática deverá ter capacidade de desenvolver estratégias de ensino que favoreçam a criatividade, a autonomia e a flexibilidade do pensamento dos estudantes, buscando trabalhar com mais ênfase nos conceitos do que nas técnicas, fórmulas e algoritmos, o que permite presumir que o estudante que enfrenta esse tipo de curso deve, também, aprender Matemática com a finalidade de “ensiná-la”.

Além desses fatores, o professor no atual contexto, precisa muito mais do que uma formação inicial, que, como se sabe, não lhe trará segurança para poder desempenhar suas funções com eficiência. Ele necessita de uma formação continuada que possibilite sua profissionalização, aperfeiçoamento constante e reflexão sobre sua prática pedagógica. Essa formação continuada deve ter como objetivo superar as deficiências da formação inicial e manter o docente atualizado com relação às tendências pedagógicas atuais.

Outro aspecto a ser considerado, nessa breve discussão, refere-se ao professor pesquisador. É extremamente importante a inserção do professor em pesquisas ou grupos de estudo para que ele incorpore a reflexão sobre a sua prática, onde poderá discutir temas pertinentes às necessidades da prática docente e ao seu desejo de se apropriar de novos conhecimentos. Assim, ele também terá a oportunidade de implementar projetos, partilhar ideias com colegas e estudantes, estimulando discussões em grupo, assumindo, dessa forma, uma atitude de professor pesquisador e reflexivo, ou seja, aquele profissional que consegue incorporar o ensino adquirido pela sua experiência, assim como pela experiência dos colegas.

Diante do exposto, convém trazer à tona para o XV Encontro Baiano de Educação Matemática o inesgotável tema que permeia toda a Educação Matemática: a formação do professor, agora sob um novo olhar. O que se quer é voltar os olhos para aquele professor reflexivo, pesquisador que tem se preocupado com sua prática de sala de aula, tornando-a um ambiente propício para a investigação, o estudo, a experimentação, a exploração que, consequentemente, acarretará na reflexão e discussão, sobretudo, nos vários espaços de formação em que ele atua.

D’Ambrosio e D’Ambrosio (2006) entendem o professor-pesquisador como aquele que encara a pesquisa como ato de construir novas ideias e entendimentos, numa ação que pode resultar em aprendizagem. Acrescentam ainda que a pesquisa pode gerar nova compreensão sobre a Matemática de seus estudantes, sobre a realidade de sua sala de aula, sobre a sua prática pedagógica, sobre a qualidade do currículo, sobre a Matemática em si, ou sobre a aprendizagem matemática.

Assim, o XV EBEM ao colocar em destaque tal tema poderá ajudar tanto o futuro professor como o professor em serviço a assumirem uma postura de professor-pesquisador.

 

OBJETIVOS DO EVENTO

Geral

Propiciar um espaço da socialização de estudos, de pesquisas e de reflexões do conhecimento construído em Educação Matemática por meio das experiências realizadas por professores, estudantes e comunidade científica, em especial, no que se refere ao tema “Educação Matemática na formação docente: um novo olhar”.

Específicos

  • Oferecer à comunidade científica de Educação Matemática da Bahia e outros estados as condições para apresentação e discussão da produção científica nas diversas tendências em Educação Matemática.
  • Promover o intercâmbio científico-cultural entre professores (da Educação Básica, do Ensino Superior) e estudantes dos cursos de Matemática e Pedagogia das diversas instituições de ensino.
  • Refletir sobre a Matemática e a formação do professor como eixo que pode contribuir para a ressignificação do ensino-aprendizagem de Matemática.
  • Refletir sobre a formação, o desenvolvimento profissional e o papel do professor no que diz respeito à missão de educar pela Matemática com vistas a vislumbrar uma formação crítica e uma cidadania plena.
  • Contribuir com a formação inicial e continuada do professor de Matemática, possibilitando uma melhoria do ensino e aprendizagem de Matemática na Educação Básica na Bahia e em outros estados que estejam representados no evento.
  • Discutir aspectos teórico-metodológicos da pesquisa em Educação Matemática.
  • Gerar ambientes de socialização de experiências inovadoras para as aulas de Matemática nas diferentes etapas e modalidades da educação.

PÚBLICO-ALVO

  • Estudantes de graduação de cursos de Matemática (licenciatura e bacharelado), Pedagogia, entre outros;
  • Estudantes de pós-graduação (especialização, mestrado e doutorado);
  • Docentes da Educação Básica; Docentes do Ensino Superior e Docentes de Pós-graduação;
  • Outros interessados.